27 de abr. de 2015

Entrevista Beatriz Cortez



1-      Você começa a escrever com um vislumbre do clima, atmosfera, ambiente, ou tudo acontece no "escrever" mesmo?

Acho que tudo acontece no escrever. Óbvio que em algumas situações o que vem de fora influencia, mas na maioria das vezes só reparo ao redor depois que já comecei.

2-       Há escritores que reescrevem sempre o mesmo livro? Temendo isto, você muda de gênero como troca de camisa?

Não, não. Não costumo mudar de gênero. Meus livros são todos romances românticos, alguns um pouco dramáticos, outros com um pouco de comédia. Mas é no romance que quero consolidar minha carreira.

3-      Falemos de cama: adormecendo lhe vem uma ideia, deixa para pensar no dia seguinte ou levanta-se de um salto, alucinado?

Levanto. Porque se esperar até o outro dia, irei esquecer. Sempre durmo com o celular do lado e nesses momentos, recorro a ele.

4-       Seus julgamentos de valor são influenciados pelo calor da hora ou você mantém um distanciamento crítico?

Tento me manter neutra. Mas sempre coloco algo que acredito e que gostaria que as pessoas ao meu redor notassem a importância.

5-      Sentimentos negativos como ódio, ciúme, inveja, vingança são motores bem regulados para a criação de uma obra?

Acho que tudo tem um certo limite. Nada em excesso fica legal. Tento regular esses sentimentos em todas as obras.

6-      O que faz quando sente que uma personagem lhe escapa?

Deixo ele se perder por aí rsrs afinal, tudo o que é nosso de verdade, volta. Deixo que os personagens falem por si, caso ele não esteja se encaixando na história, o deixo para a próxima.

7-      Quando percebe, porém, que a personagem está fraca, que as ideias estão murchas, você recomeça ou adota a ironia em relação a elas

Quando isso acontece, costumo esperar. Em algum momento uma ideia vai surgir para que eu possa dar vida a ela novamente.

8-      Cercado de baixo-astral por todos os lados, insiste em escrever porque...

Tenho mais inspiração. Triste, escrevo melhor.

9-      A técnica é tudo, nada, meio caminho andado? Aliás com quem aprendeu?

A técnica é necessária. Acho que é preciso para se obter um bom texto. Mas ela sozinha não é nada. Aprendo aos poucos, com os amigos da área que vou conhecendo, pessoas que me inspiro, cursos, etc.

10- Escrever é só inspiração?

É inspiração, é técnica, é hábito, é sonho.

11- Quando atacado pela preguiça, como você consegue combatê-la?

Tento ler algo diferente e esperar que a inspiração volte.

12- Quando inicia um texto sabe antecipadamente seu conteúdo?

Sei. Ou pelo menos, planejo. Mas sempre sou surpreendida com o rumo e o caminho que eles seguem.

13-  Tem algum escritor em que se espelha?

Vários. Gustave Flaubert, Machado de Assis, Tammy Luciano, Samanta Holtz, Erich Fromm, Clarice Lispector, etc.

14- Um escritor está sempre absolutamente consciente do que faz?

Acho que não. O que seria de mim sem meu inconsciente...

15- Qual foi o seu primeiro e decisivo ato literário?

Ter coragem de enviar para editoras e esperar pela resposta de publicação. Acho que publicar foi algo muito decisivo na minha vida.

16- Quando começou a escrever, já fazia planos de seguir carreira?

Não. A ideia surgiu com o tempo...

17-  Em caso de dúvida, impasse, descrença, você se aconselha com quem? (amigos, editor, leitor beta, etc)

Betas e leitores.

18- Música de fundo e café são indispensáveis?

Música e Capuccino. rsrs

19- Afinal qual o prazer do texto?

A catarse que ele proporciona. Nada melhor que colocar em palavras os sentimentos.

20- Para você como é escrever?

É me sentir livre para criar. Para me expressar. É o que amo fazer, é meu sonho. E não existe nada melhor no mundo do que a sensação de ter um sonho realizado. 

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