20 de ago. de 2015

Entrevista com Pauliny Nunes

1 -    Você começa a escrever com um vislumbre do clima, atmosfera, ambiente, ou tudo acontece no "escrever" mesmo?

R: Eu começo a escrever com vislumbre, atmosfera, ambiente,música selecionada para o capítulo e personagens enchendo o saco para serem escritos logo... Eu só "escrevo" mesmo no começo, depois de a história pronta mentalmente, ai eu já tenho um ritual, onde eu sento para escrever com música ou com algumas leitoras selecionadas para ja comentarem sobre o assunto.

2 - Há escritores que reescrevem sempre o mesmo livro? Temendo isto, você muda de gênero como troca de camisa?

R: Sim, acontece... temos o Nick Sparks e a Agatha para provar isso.  Eu mudo de gênero de acordo com a história que  tenho em mente, não por medo de ser taxada de "monogênero". Adoraria ser "monogênero", mas os meus personagens não permitem.


3 -           Falemos de cama: adormecendo lhe vem uma ideia, deixa para pensar no dia seguinte ou levanta-se de um salto, alucinado?

R:          Geralmente pro dia seguinte , pois a preguiça me domina quando eu deito. Então por isso , passo a maior parte do tempo no pc para aproveitar as ideias.

4 -            Seus julgamentos de valor são influenciados pelo calor da hora ou você mantém um distanciamento crítico?

R:          Eu analiso muito a situação antes de opinar ou julgar... Sempre fui assim.

5 -           Sentimentos negativos como ódio, ciúme, inveja, vingança são motores bem regulados para a criação de uma obra?

R:          Não no meu caso, eu gosto que os sentimentos se aflorem ao máximo , cheguem ao limite. Dependendo da emoção eu interpreto a ação sozinha, justamente para captar exatamente o que eu desejo passar. A vantagem é que o maior elogio que eu recebo é com relação a conseguir passar emoção em meus textos.

6 -         O que faz quando sente que uma personagem lhe escapa?

R:          Escuto a música do personagem para ele encorporar novamente ahahahaah.

7 -           Quando percebe, porém, que a personagem está fraca, que as ideias estão murchas, você recomeça ou adota a ironia em relação a elas

R:          Eu me forço a continuar.

8 -        Cercado de baixo-astral por todos os lados, insiste em escrever porque...

R:          Porque eu tenho hoje apoio da minha família , do meu namorado e dos meus leitores que é o principal para mim. Pode vir baixo astral chumbo grosso, pois eles são a armadura que me sustenta e nada me abala.

9 -           A técnica é tudo, nada, meio caminho andado? Aliás com quem aprendeu?

R:          Meio caminho andado. Com quem eu aprendia a escrever... foi com a tia da pré - escola Ahahahahaah.

10 -          Escrever é só inspiração?

R:          99% transpiração e 1% inspiração.


11 -           Quando atacado pela preguiça, como você consegue combatê-la?

R:          Não consigo ahahahahaha , eu sempre a deixo me dominar.

12 -          Quando inicia um texto sabe antecipadamente seu conteúdo?

R:          Sim.

13 -            Tem algum escritor em que se espelha?

R:          Eu não me espelho ,mas ela me inspira por não ter desistido de ser escritora. O nome dela é Nana Pauvolih.

14 -          Um escritor está sempre absolutamente consciente do que faz?

R:          Eu não ahahahaha, conheço muitos também que não estão conscientes também.

15 -           Qual foi o seu primeiro e decisivo ato literário?

R:          Uma cena de conversa da minha protagonista do Livro A Chance com a mãe dela, foi ali , mudando de certa forma o jeito como as pessoas encaravam , tinha um preconceito, que eu vi que seria uma escritora.

16 -           Quando começou a escrever, já fazia planos de seguir carreira?

R:          Não ahahahaha. Eu estava me formando em Administração que era uma coisa que eu sempre quis a vida toda. Mas ai a escrita danadinha veio e tomou o lugar da Administração.

17 -           Em caso de dúvida, impasse, descrença, você se aconselha com quem? (amigos, editor, leitor beta, etc)

R:          Depende... geralmente no Erick, meu namorado, pois ele acompanhou tudo desde o começo e de uma amiga nossa, Ana. Mas eu consulto também leitoras, familia, editora ( Agradeço a Cris por todas as respostas no Whats!!)

18 -          Música de fundo e café são indispensáveis?

R:          Música de fundo sim, café não.

19 -         Afinal qual o prazer do texto?

R:          É o misto de emoções e sensações que você tem lendo ou escrevendo em algumas paginas... Em um capitulo você pode começar odiando o personagem e ao final desse mesmo capitulo amando o personagem... É algo único.

20 -           Para você como é escrever?


R:     É algo indimensionável. Eu realmente me sinto livre quando escrevo, pois a escrita te permite fugir das amarras do preconceito, você se torna um ser imparcial , apenas conduzindo a história para as outras pessoas. A sensação mais predominante é a de liberdade pura e plena.

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